Jerusalém (EFE).- Ao menos 89 pessoas morreram na Faixa de Gaza em ataques israelenses nas últimas 24 horas, incluindo 28 pessoas que se refugiavam em uma mesma casa na cidade de Gaza, informaram nesta sexta-feira fontes locais do Ministério da Saúde de Gaza, do governo do Hamas.

“A ocupação israelense realizou oito massacres contra famílias na Faixa de Gaza, dos quais 89 mártires chegaram aos hospitais e 120 ficaram feridos durante as últimas 24 horas”, afirmou a pasta em um comunicado, aumentando o número oficial de vítimas para 33.634 e 76.214 os feridos desde 7 de outubro do ano passado.

Além disso, cerca de 28 pessoas morreram e 30 ficaram feridas em um atentado a bomba contra uma casa pertencente à família Tabatibi, disse à Agência EFE Mahmud Busal, porta-voz das equipes de defesa civil do enclave, independentes do Hamas.

Segundo Busal, trata-se de membros de ao menos duas famílias, incluindo cinco crianças e cinco mulheres, que morreram quando um segundo míssil israelense atingiu o primeiro andar da casa, localizada na área de Sidra, no bairro de Daraj, no centro da cidade de Gaza.

Busal afirma que os corpos das vítimas foram “desmembrados”, o que dificultou os esforços de resgate, e que as famílias estavam reunidas para celebrar o Eid al Fitr, com o qual os muçulmanos encerram o mês sagrado do Ramadã.

Os ataques no norte e no centro do enclave palestino se repetiram ontem à noite, com artilharia e ataques aéreos no norte do campo de refugiados de Nuseirat (centro), onde o Exército israelense disse ter eliminado membros do Hamas e equipamento militar; além de lançadores de foguetes ou morteiros.

Ao menos 70 pessoas feridas neste acampamento chegaram esta manhã ao Hospital al Awda, incluindo um repórter da emissora árabe “TRT” e outros jornalistas, segundo fontes palestinas no terreno.

Ontem à noite, um civil foi morto e outros ficaram feridos em um ataque aéreo israelnse contra uma escola que albergava pessoas deslocadas também no norte de Nuseirat, informaram hoje fontes médicas.

No sul, em Khan Yunis, uma ambulância e equipes da defesa civil de Gaza disseram ter recuperado os corpos em decomposição de 13 pessoas nos bairros de al Balad e al Amal, na sequência da retirada das tropas israelense desta área no último fim de semana.

Como reiterou a Human Rights Watch (HRW) no último dia 9, centenas de milhares de crianças continuam sofrendo em Gaza não apenas por causa dos bombardeios e da violência, mas também porque o governo israelense usa a fome como uma “arma de guerra” e as crianças morrem como “consequência desta política”.

Ao menos 31 pessoas morreram de fome, 27 delas crianças que sofriam de desnutrição e desidratação, segundo a ONU, enquanto ao menos metade da população da Faixa – mais de um milhão de pessoas – está em risco de fome iminente, de acordo com um recente relatório de segurança alimentar respaldado pela ONU. EFE