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Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos, pelo mesmo motivo

A frase é anônima, mas a essência é bastante verdadeira e simples de compreender: o jogo do poder exige renovação constante em todas as esferas, visão que deve embasar a disputa pela presidência da Câmara.



Data da Publicação da Notícia : 14/10/2020 11:52 por Divulgação / MF Press Global

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 Constituição Federal, em vigor desde 1988, proíbe a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado. De forma clara, o caminho está aberto para novos nomes conquistarem as tão desejadas cadeiras do Legislativo hoje ocupadas por David Alcolumbre, no Senado, e por Rodrigo Maia, na Câmara. Os próximos poderão ser personagens bastante conhecidos e até desgastados ou que de fato sejam uma novidade, no melhor sentido.

Alessandro Molon (PSB-MG), líder da oposição, é um dos que disputam o lugar. Recentemente participou de uma live sobre política com ninguém menos que a cantora carioca Anitta. Molon, inclusive, já disputou a Prefeitura do Rio de Janeiro, em 2016, pelo partido REDE. É uma das vozes proeminentes contra Bolsonaro e seus arroubos autoritários, agora mais comedidos após encontros mais amistosos com líderes do Judiciário e do Legislativo. Molon tem sido um dos destaques mais à esquerda na queda de braço com o Executivo Federal, que não cansa de causar polêmica e descontentamento em relação ao Meio Ambiente e na conduta contra a pandemia. Apesar das pautas serem relevantes, a falta de articulação com Bolsonaro dificulta o andamento de importantes discussões, principalmente na área econômica.

Em oposição, desponta Capitão Augusto (PL-SP), que lidera a “bancada da bala”, nome popular da Frente Parlamentar de Segurança Pública, a maior do Congresso Nacional e bastante alinhada aos ideais de Bolsonaro. Capitão Augusto é oficial da PMESP e foi relator do Pacote Anticrime, ele pretende revogar a medida que embasou a decisão do STF de soltar André do Rap, líder de uma facção criminosa. O parlamentar, que disputa a presidência da Câmara,  protocolou nesta terça (13)  um projeto de lei cujo objetivo é acabar com a obrigatoriedade da Justiça revisar a prisão preventiva a cada 90 dias, medida que beneficiou o traficante. Capitão Augusto também lidera as Frentes Parlamentares do Rodeio, da vaquejada e dos esportes equestres, pautas também condizentes aos bolsonaristas. Ainda encabeça as discussões dos trabalhadores em lojas de material da construção civil e dos asilos e orfanatos. Atualmente, busca recolher assinaturas para a criação da Frente Parlamentar dos CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores de armas de fogo), outro tema que deve gerar conflito com setores ligados ao Meio Ambiente, o que dá mais um ponto ao bolsonarista. Com tantos atributos próximos ao presidente e seu séquito, têm sido vice-líder do governo e um nome de peso na disputa para ser presidente da câmara. Ele promete ser um apaziguador entre a Câmara e o Planalto, além de ostentar um nome limpo.

Já Elmar Nascimento (DEM-BA), líder do DEM na Câmara, está no centro da disputa pela Presidência da comissão de Orçamento e tem apoio Maia, seu correligionário. O Democrata estaria em desvantagem ao favoritismo de Arthur Lira, do Progressistas, mais alinhado ao presidente. Entretanto, o preferido de Bolsonaro já foi citado nas investigações da Lava Jato. Lira vem de família de políticos e, em seu terceiro mandato como Deputado Federal, após outros três como deputado estadual e dois como vereador em Maceió, o Progressista coleciona escândalos na carreira. Foi alvo da operação Tarumã, que apurou crimes na política alagoana, quando chegou a ser preso e afastado de seu cargo, além de ter seus bens bloqueados. Posteriormente, já na operação Lava Jato, foi denunciado por Alberto Youssef e Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. Teve denúncia apresentada pelo procurador Rodrigo Janot, em Setembro de 2015.


Enquanto isso, Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB), poderia ser um dos mais controversos entre os candidatos. O engenheiro paraibano, que vem de uma família de políticos, foi ministro das Cidades durante o governo de Dilma Rousseff. Na votação do impeachment de Dilma, ele foi contra o afastamento, na condição de integrante da comissão especial do impeachment. Entretanto, votou a favor da continuidade do processo. O deputado teve uma  postura semelhante na renúncia de Eduardo Cunha, condenado e preso por corrupção, de quem era um dos parlamentares mais próximos. Ribeiro esteve presente na reunião que negociou a renúncia do ex-presidente da câmara, mas votou pela perda do mandato do deputado evangélico na votação aberta. Aguinaldo Ribeiro é integrante da “bancada evangélica” e já esteve envolvido em diversas polêmicas. Uma delas foi a acusação do doleiro Alberto Youssef de receber pagamentos em troca de votações favoráveis ao governo petista, também foi citado na lista da Odebrecht e acusado de utilização da verba de gabinete para comprar reportagens favoráveis na imprensa Paraibana.

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