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Qual a previsão da taxa de desemprego para o segundo semestre de 2020?

As previsões econômicas dão indícios de uma recessão global. E para o Brasil, país emergente que se recuperava lentamente da maior recessão da sua história, o surto de coronavírus veio jogar um â??balde de água friaâ?? nos otimistas pela volta



Data da Publicação da Notícia : 19/05/2020 15:34 por

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A taxa de desemprego no Brasil vem sendo alarmante nos últimos anos e com o surto de coronavírus especialistas apostam em mais demissões, por conta dos prejuízos acumulados pelas empresas durante a pandemia. Nos últimos, a taxa que ficou entre 11% e 12% pode saltar para 16%, caso as previsões mais pessimistas se confirmem.

Desemprego antes da pandemia

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego no último trimestre de 2019 ficou em 11%, uma queda de 1% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Isso representava ainda que quase 12 milhões de brasileiros terminaram 2019 sem emprego.

No trimestre encerrado em fevereiro deste ano, a taxa de desemprego já saltou para 11,6%, cerca de 12,3 milhões de pessoas desempregadas. Neste período, o Brasil ainda não sofria impactos tão fortes da crise de coronavírus, já que o primeiro caso confirmado no país surgiu apenas em 26 de fevereiro.

Mesmo com a alta, se comparado com o mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego caiu de 12,4% para 11,6%. Durante todo o ano de 2019, a taxa de desemprego caiu, principal nos últimos meses do ano, por conta do aumento das contratações de funcionários temporários.

Tendência pelo aumento do desemprego no Brasil é unanimidade entre especialistas

Mesmo com as movimentações do governo federal, como a MP 936 que permite a redução de salários e de jornada de trabalho, a grande maioria dos economistas aponta que no segundo semestre a taxa de desemprego deve voltar a crescer com força.

Alguns especialistas até elogiam as ações do governo durante a crise, mas afirmam que o aumento das demissões é inevitável e que a recessão global por conta de crise de coronavírus deve ser forte, principalmente em países emergentes como o Brasil.

De acordo com Alex Agostini, economista chefe da Austin Rating, a previsão é de que a taxa d desemprego atinja cerca de 13,5% no fim de 2020. O economista afirma que o aumento do desemprego, não se deverá apenas as demissões neste período, mas também porque muitos trabalhadores informais ficarão sem renda e entrarão na conta de desalentados.

Para o economista Carlos Alberto Ramos, professor da Universidade de Brasília (UnB), o real número de desempregados no Brasil não poderá ser medido com precisão, já que existem atualmente mais de 40 milhões de pessoas na informalidade.

Mesmo com a MP 936 e o auxílio emergencial, muitas empresas devem demitir e mais informais devem ficar sem renda nos próximos meses. Para a economista Thais Zara, da LCA Consultores, o aumento do desemprego no país deve se agravar neste 2° trimestre, momento em que o Brasil passa pela fase mais difícil da pandemia no país.

IBRE aponta que a taxa de desemprego no segundo semestre pode ser a maior da história do Brasil

Um estudo do IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) prevê que a taxa de desemprego pode saltar para 16,1, ainda no segundo trimestre de 2020. Esse número indica que cerca de cinco milhões de brasileiros devem ficar desempregados nos próximos três meses. Ao todo, o Brasil teria cerca de 17 milhões de desempregados.

Caso a previsão do IBRE se confirme, o Brasil terá a sua pior taxa de desemprego na série histórica. Nem mesmo no auge da pior recessão econômica de sua história, entre 2015 e 2016, o país obteve uma taxa de desemprego tão alta quanto a estimada para este ano.

Até o momento, o recorde de desemprego registrado no país aconteceu em março de 2017, quando o país atingiu a taxa de 13,7%, o que representava cerca de 14,1 milhões de brasileiros desempregados. Daniel Duque, pesquisa do IBRE, justifica a previsão pela tendência de fechamento de empresas durante este período.

Duque aponta que mesmo com medidas governamentais e expansão de crédito, não serão todas as empresas que conseguirão se manter vivas estando com suas operações totalmente paradas. Principalmente, as pequenas e médias empresas, negócios que mais empregam no país, e devem fechar nos próximos meses.

E mesmo aqueles que se mantenham vivos após a crise, consequentemente, terão de demitir funcionários ao longo do caminho para diminuir custos e não fechar as portas. As associações do setor de bares e restaurantes, por exemplo, já calcula que desde o início da quarentena nos estados, cerca de 150 mil funcionários do setor já foram demitidos no país.

De acordo com Felipe Sichel, estrategista chefe do banco ModalMais, os números são maiores se comparados com o auge da última recessão, porque o Brasil nunca vivenciou uma parada abrupta desse nível em sua economia. Isso mostra que muitos negócios não devem sobreviver a pandemia, e com isso o número de desempregados deve crescer bastante em 2020.


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