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Escola Zandoná na Noite Gauchesca em Barra Funda

Este ano a Semana Farroupilha trouxe como tema o Tropeirismo e a sua contribuição para a formação da identidade



Data da Publicação da Notícia : 01/10/2018 15:07 por Assessoria de imprensa - Barra Funda

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Este ano a Semana Farroupilha trouxe como tema o Tropeirismo e a sua contribuição para a formação da identidade sul-rio-grandense. Mais que uma atividade econômica, os tropeiros auxiliaram no desbravamento de nossa terra, abriram estradas, forjaram comércios, fundaram vilas e influenciaram a identidade do povo gaúcho.

Além disso, dezenas de cidades no interior da Região Sul tiveram sua origem na atividade do tropeirismo, como no caso de Barra Funda que carrega essa denominação devido à existência de um acidente geográfico chamado barra, que se forma na desembocadura do Rio Agusso, afluente do Rio da Várzea, o qual faz parte da bacia do Rio Uruguai. No ciclo do tropeirismo na região, esse mesmo local serviu de travessia do gado pelos tropeiros.

A Escola Zandoná, nesse sentido, na noite gauchesca, trouxe através de uma poesia, o resgate da atividade do tropeiro, suas andanças, modo de vida, dificuldades encontradas e contribuição para nossa cultura. Esta poesia teve a colaboração da professora Maria de Lourdes Mossmann.

TROPEIRISMO

Amigo, vou te contá, como tudo aconteceu

Tá muito longe daqui, mas o povo não esqueceu,

Sofrimento e muita andança, e o tropeiro sobreviveu.

Até os idos de 60, ainda tenho na lembrança,

De ver as tropas passando, toda a boiada andando.

Uma recordação de meu tempo de criança.

Eira Boi..... Eira Boiada

Eu sou tropeiro tenho estrada nos meus olhos,

Eu vim da terra, sou campeiro igual meu pai,

Abri picadas a facão e a machado,

Buscando tropas lá pras bandas do Uruguai.

Chapéu bem grande e botas fole de gaita

Faca Coqueiro que comprei lá nas Missões.

Um bom cavalo companheiro de jornadas

Raça gaúcha promovendo integrações.

Eira Boi..... Eira Boiada

Pelo grito todo mundo já conhece,

Fica esperando, vem lá longe o tropeiro,

O gado anda caminhando alinhado

E já se houve as batidas do cincerro,

A tropa vem acompanhada se alinhando,

Vem no compasso, seguindo o madrinheiro.

Eira Boi..... Eira Boiada

Transportei gado   cá pras bandas do Planalto,

Prá fazer vendas nas feiras de Sorocaba,

Sou homem simples, que não sei contar vantagem

Porque gaúcho bem consciente não se gaba.

O quero quero que é o sentinela dos Pampas,

Anunciava a chegada dos tropeiros,

Que aqui passavam e deixavam suas marcas,

Levando o gado criado por estancieiros.

Eira Boi..... Eira Boiada

E na encosta do capão, ou na beira de uma aguada,

O tropeiro encosta a tropa, pra fazer uma sesteada.

Encima de seus pelegos, vai deitando a peonada.

No romper da madrugada, cantando sua toada,

Se ouve o grito da ronda, botando a tropa na estrada.

E o tropeiro vai embora, seguindo sua jornada

Só o rastro da tropa fica, pela estrada empoeirada.

Eira Boi..... Eira Boiada

E nessa andança que hoje venho recordar

Por tantas vezes,   Rio da Várzea atravessei,

Dias e noites conduzindo a boiada

Vou te dizer que disto nunca me cansei

E deste rio, que aqui passa e faz divisa,

Tinha uma barra com a água menos funda,

Este local ficou um marco na história

E deu origem ao nome de Barra Funda.

Eira Boi..... Eira Boiada

O tropeirismo foi um marco na história

De tudo aquilo que se viveu em nosso estado

Muitas vilas vão surgindo neste tempo

E hoje, o tropeiro é bem lembrado

Que o patrão lá do céu lhe abençoe

E lhe dê a melhor da proteção

E nós que aqui estamos festejando

Rendemos a ele, obrigado de coração.

Eira Boi..... Eira Boiada


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