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Convivência família escola

A escrita sobre a convivência escolar se confunde a partir do lugar do qual escrevo como pai



Data da Publicação da Notícia : 19/09/2018 07:40 por Nauro Mittmann

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A escrita sobre a convivência escolar se confunde a partir do lugar do qual escrevo como pai e como psicólogo. Mas, como estes dois lugares estão atravessados fundamentalmente pelo afeto, acabem se encontrando lá pelas tantas.

Me pego a pensar na minha experiência como pai e das incursões pela escola e das lembranças que estes encontros deixaram, e com frequência regam atualmente as conversas com as filhas.

Porém, sempre me preocupou a questão dos espaços ocupados, pela família e pela escola na formação de nossas crianças e adolescentes.Penso ser fundamental que se pense e se preste atenção nos limites de intervenção destes espaços. Até onde a família deve ir dentro da escola Até onde a escola deve ir dentro do espaço familiar Natural que estes espaços sejam em alguns momentos ultrapassados, mas é prudente que possamos perceber isso e recuar para os nossos lugares.

Imediatamente me vem à noção de um espaço intermediário, espaço de criatividade que deve surgir entre a escola e a família. Espaço novo que deve ser criado a partir da família e da escola, mas que não é mais nem um, nem o outro. Mas um espaço novo entre estes dois lugares em que crianças e adolescentes  possam circular com as influencias, regras e limites e todas as coisas de cada um destes espaços. Uma espécie de intersecção entre escola e família. Onde se toma o cuidado de não dominância de um ou de outro.

Não pode a família querer fazer da escola um campo estendido do ambiente familiar impondo suas heranças culturais, regras familiares, lembrando sim, que se trata de um coletivo e quando nos inserimos em um grupo ali se estabelecerá uma espécie de mosaico cultural, sendo criado um novo código de convivência.

Assim como a escola não pode expandir seus limites para dentro do núcleo familiar, sentindo-se na obrigação de dar conta de todas as questões que surgem durante o desenvolvimento de nossos jovens. Também é bom estarmos alertas para que este espaço não exclua o aluno.

Por mais absurdo que isso possa parecer, é possível de acontecer. Pois na relação entre a família e escola, por vezes podemos deixar que assuntos de interesse da escola e de interesse da família, se coloquem em questão e estabeleçam discussões. É um risco esquecermos o principal aquele que estabelece e sustenta o vinculo entre estas duas instituições de importância gigantesca para que possamos estabelecer uma sociedade digna e que proporcione bons encontros ao longo da vida.

Artigo escrito pelo professor Nauro Mittmann, psicólogo e mestre em Saúde e Desenvolvimento Humano, docente do CESURG


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