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Tecnologia e educação matemática

Os avanços tecnológicos nas últimas décadas provocaram mudanças em todas as dimensões



Data da Publicação da Notícia : 14/09/2018 10:20 por Rose Grochot Gayeski

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Os avanços tecnológicos nas últimas décadas provocaram mudanças em todas as dimensões da convivência humana, na maneira como as pessoas interagem umas com as outras, trabalham, fazem compras e se apresentam à sociedade. A velocidade de difusão das informações e a facilidade de acesso a ela, provocada por esses avanços, transformou os ambientes familiares, escolares, sociais e culturais das pessoas, desencadeando em aspectos positivos e negativos, afetando, sobretudo o ambiente escolar. 

Diante desses avanços tecnológicos e da difusão rápida de informações surgiram e surgem, no sistema de ensino, novas perspectivas e potencialidades que conduzem os alunos a novas formas de aprender, ser, agir, sentir, expressar e comunicar-se nesse mundo cibercultural.

Vivemos em um tempo, em que grande parte da população está em crescente contato com a tecnologia, principalmente pela disseminação das redes de Internet pelo mundo, o que levou as pessoas a novas formas de viver, de trabalhar e de se organizar. A tecnologia faz parte das várias ações da sociedade contemporânea, seja no trabalho, no hospital, nos bancos, no mercado ou nas próprias redes sociais. A compreensão desse cenário cultural contemporâneo passa pelo esforço de entender qual é a relação que se estabelece entre os indivíduos e os conteúdos digitais.

Diariamente somos expostos de maneira cada vez mais intensa a novas experiências digitais através de novos dispositivos, novas plataformas, novos recursos ou novas aplicações em que cada um precisa analisar, compreender e aproveitar aquelas informações que julgar importantes. A capacidade de lidar e interpretar as informações disponíveis nas mídias digitais foi definido inicialmente como alfabetização digital.

Segundo Borba e Penteado, o ensino da matemática, era caracterizando pela oralidade, escrita, lápis, papel e giz. No final do século XX passou a se apresentar com novas abordagens e novos recursos principalmente tecnológicos na área da Educação Matemática. Segundo eles a tecnologia não tem a função de substituir ou complementar os seres humanos, mas contribuir para a organização do pensamento, ampliando as formas de estudar e aplicar o conhecimento.

A sociedade demanda profissionais, na área da educação matemática, preparados para relacionar os conceitos construídos pelos antepassados com a realidade atual dos adolescentes. Como afirma Guimarães, “o tradicional formato de ensino não dá conta de atender às novas urgências educacionais no que se refere às aprendizagens diferenciadas. “Dessa forma a escola precisa estar atenta às alterações que a sociedade propõe, em que sua função não é mais só transmitir informação, mas principalmente dar sentido. Isso não significa abandonar tudo e construir uma nova lógica de organização, mas estabelecer uma dinâmica de comunicação entre esses dois mundos, o escolar e o tecnológico, de forma que as características próprias de cada um, possam enriquecer as do outro”.

O papel do professor, inserido nesse contexto de aprendizagem é mais importante que o papel de transmissor de conhecimento, uma vez ele pode assumir o papel de protagonista e mediador do processo educativo, passando a trabalhar com estratégias e cenários que mudam a todo momento, em função do grande volume de informações que são geradas a todo instante.  Segundo Santos e Lemes, essa ampla quantidade de informações e o tratamento dado a elas, recebe o nome de Big Data. Esse grande volume de dados que é gerado a cada instante, está condicionando mudanças em áreas como educação, saúde, esporte, marketing, logística e até na agricultura. O tratamento que é dado a esses dados pode influenciar a sociedade como um todo. Sendo assim, o grande desafio é transformar esses dados em informações úteis que possibilitem o desenvolvimento da sociedade.

Dessa forma, o sistema educacional ampliou e continua ampliando a possibilidade de criar novos ambientes de aprendizagem. Ambientes que levem o aluno a interpretar as mídias presentes na sociedade objetivando a construção de seu próprio conhecimento, permitindo gerar novas formas de pensar, agir e investigar (Maltempi). A capacidade de acessar, avaliar, interpretar e usar informações de diferentes fontes das mídias digitais, presentes na sociedade é definido como Literacia Digital por Jenkins et al. Essa capacidade de localizar, processar e utilizar a informação de forma eficaz, evidencia a construção do próprio conhecimento de forma distinta, leva em conta as escolhas feitas pelos alunos, seus interesses, em que processo de aprendizagem ocorre ao longo da construção, preparando os indivíduos para aproveitar as oportunidades inerentes a sociedade.

Artigo escrito pela professora Rose Grochot Gayeski, docente do CESURG em Marau


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